
Com pena superior a dois anos e em regime fechado, os generais do Exército Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e o almirante da Marinha Almir Garnier vão responder a processo do Superior Tribunal Militar (STM) por "indignidade para o oficialato" e podem perder o posto e patente.
Como consequência, caso eles sejam expulsos das Forças, perderão a remuneração. Contudo, os proventos são direcionados às famílias, com base na chamada morte ficta.
Segundo a assessoria do STM, o processo é aberto após o processo transitar em julgado no Supremo Tribuna Federal (STF) e precisa que Ministério Público Militar entre com representação para abertura do processo.
Neste caso, não se discute o mérito da decisão do STF, mas questões de hierarquia e disciplina, quando o réu é julgado, se é digno ou não do oficialato.
A expectativa é que os processos sejam concluídos no STM no primeiro semestre de 2026. A decisão é encaminhada às Forças para tomar providências.
Os oficiais quatro estrelas foram julgados pelo STM no processo da trama golpista. Entre os militares, apenas o tenente coronel Mauro Cid, recebeu pena inferior a dois anos e em regime aberto, conforme acordado no processo de delação.
Nessa fase de julgamento, o STF decidiu o destino dos réus do núcleo crucial da trama golpista, entre o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O fim da morte ficta consta do projeto de reforma do sistema de proteção dos militares das Forças Armadas. Mas o projeto, enviado no final de 2024, não avançou no Congresso Nacional.